Produção orgânica

Muitas são as referências feitas à magnitude da floresta tropical sul-baiana, desde o tempo do descobrimento do Brasil, com a carta de Pero Vaz de Caminha, até os nossos dias. A sua exuberância é percebida no conjunto, pela estrutura vertical e horizontal, pela presença de espécies amazônicas e atlânticas sul, pela alta biodiversidade, pela ocorrência de numerosas espécies endêmicas regionais e restritas, bem como, pela ocorrência de variadas tipologias vegetais.

A conservação desse “universo” até o limiar do ano 2000, deve-se, quase que exclusivamente ao modelo de cultivo criado para o cacaueiro, que valorizou suas características agroflorestais e consolidou uma estratégia única para o estabelecimento de um sistema agrícola, chamado de cacau-cabruca.

O sistema Cabruca de produção é um termo regional empregado para caracterizar uma forma de plantio de cacauais utilizada pelos colonizadores da região Sudeste da Bahia.  Há mais de 200 anos, grupos de migrantes e imigrantes chegados de regiões áridas do Nordeste e da Arábia, enfrentaram os desafios para se estabelecer agronomicamente numa região de floresta tropical virgem habitada por tribos e animais bravios. Com respeito e sabedoria valorizando a exuberância do verde e a fartura dos recursos hídricos, implantaram a cacauicultura no sub-bosque da mata primária, promovendo um convívio harmônico e duradouro com a natureza.

Essa forma de plantio tornou-se um modelo agrícola que o tempo mostrou ser altamente eficiente, pois, além de gerar recursos financeiros, conservou fragmentos da floresta tropical primária, conservou exemplares arbóreos de inestimável valor para o conhecimento agronômico, florestal e ecológico, conservou uma fauna diversificada e tecnicamente pouco conhecida, conservou recursos hídricos regionais e fixou o homem no meio rural. A soma de todos esses valores, compõem um ecossistema único, diferenciado e extremamente diversificado, conhecido como – ecossistema cacaueiro, sendo ele, sem sombra de dúvida, a maior riqueza que a Região Cacaueira da Bahia foi capaz de gerar para o mundo.

Por Dan Érico Lobão – Eng. Florestal – MSc, Pesquisador da Ceplac/Cepec/Seram e Diretor Técnico do Instituto Agroambiental Cacau-Cabruca. | Fonte: http://www.ceplac.gov.br/radar/sistema_agro.htm


A FAZENDA BEIJA-FLOR, que deu origem à ORGÂNICOS DEORUM, é membro da Cooperativa Cabruca localizada no corredor central da Mata Atlântica do sul da Bahia, a Cooperativa CABRUCA é representada por 28 produtores comprometidos com a valorização da produção orgânica e agroflorestal associada à conservação da Mata Atlântica.

Com sede no município de Ilhéus, centro da região cacaueira da Bahia, o principal produto da CABRUCA hoje é o cacau certificado cultivado sob à sombra das árvores nativas da Mata Atlântica no tradicional sistema agroflorestal de mesmo nome. Todos os produtores e produtos ORGÂNICOS e biodinâmicos da CABRUCA são certificados pelo IBD – Certificações (www.ibd.com.br) através de uma vistoria anual e regular, seguindo as exigências dos mercados brasileiro, europeu (EU) e norte-americano (NOP).